InícioSociedade"Bebês Reborn" viram caso de polícia e saúde na Câmara Federal

“Bebês Reborn” viram caso de polícia e saúde na Câmara Federal

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Deputados propõem punições para fraudes com bonecas hiper-realistas e atendimento psicológico a donos que criam vínculos afetivos intensos

Da Redação

A Câmara dos Deputados tem se mobilizado diante da polêmica envolvendo as bonecas ultrarrealistas conhecidas como “bebês reborn”. O debate se intensificou após casos de pessoas que tentaram acessar serviços públicos, como saúde e transporte, usando essas bonecas como se fossem bebês reais.

Até o momento, três projetos de lei tramitam na Câmara com propostas que vão desde punições administrativas até acolhimento psicossocial. A seguir, entenda o que propõe cada um deles:

PL 2320/2025 – Sanções para quem tenta obter benefícios com bonecas
Autor: Dr. Zacharias Calil (UNIÃO/GO)
Esse projeto prevê multas para pessoas que tentarem utilizar os bebês reborn para receber benefícios destinados a crianças de colo. Isso inclui furar filas em hospitais, usar assentos preferenciais ou acessar gratuidade em transporte e serviços.

As multas vão de 5 a 20 salários-mínimos – o equivalente a R$ 7.590 a R$ 30.360 atualmente – e podem dobrar em caso de reincidência.

O deputado lembra casos como o de uma adolescente em Minas Gerais que conseguiu atendimento preferencial em hospital com uma boneca, gerando revolta nas redes sociais. Para ele, “é preciso desestimular fraudes que prejudicam crianças reais e sobrecarregam o sistema de saúde”.

PL 2326/2025 – Proibição de atendimento a bonecas em hospitais
Autor: Delegado Paulo Bilynskyj (PL/SP)
Já este projeto quer proibir qualquer tipo de atendimento médico, clínico ou simulado a bonecas hiper-realistas, tanto em unidades de saúde públicas quanto privadas. Profissionais de saúde e instituições que realizarem esses atendimentos podem ser punidos com multas e outras sanções.

O parlamentar considera um absurdo o uso de recursos médicos com bonecos: “É um desvio inaceitável, especialmente quando isso ocorre em prejuízo ao atendimento de pacientes reais”.

PL 2323/2025 – Apoio psicológico para quem se apega demais às bonecas
Autora: Rosangela Moro (UNIÃO/SP)
Este projeto segue um caminho diferente. Ele propõe o acolhimento psicológico, via SUS, para pessoas que desenvolvem vínculos afetivos intensos com os bebês reborn e outros objetos semelhantes.

Segundo a deputada, muitas vezes esses vínculos estão ligados a luto, solidão, depressão ou perdas emocionais, e podem indicar um sofrimento psíquico importante. “Nesses casos, o apego pode deixar de ser inofensivo e representar risco de agravamento de transtornos mentais”, explica.

Discussão continua no Congresso
O tema segue gerando debates intensos dentro e fora da Câmara dos Deputados. Enquanto parte dos parlamentares vê o fenômeno como um risco de fraude e uso indevido dos serviços públicos, outros acreditam que há também uma questão de saúde mental que precisa ser tratada com cuidado e acolhimento.

Curitiba adota o humor para abordar o tema
A prefeitura de Curitiba adotou um uma abordagem mais bem humorada para informar que donos de bebês reborn não têm direito a assento preferencial. Em postagem nas redes sociais, a mensagem é bem clara que os assentos preferenciais são para um grupo específico.

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