“Líderes políticos precisam conhecer sobre a causa para não falarem besteiras”, alfinetou Allan Miranda
Da Redação
As falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre pessoas com deficiência e a do governador Tarcísio de Freitas sobre o autismo, gerou a revolta do vereador de Barueri Allan Miranda (PSDB) durante a sessão da Câmara Municipal de Barueri realizada na terça-feira (25).
Na ocasião, o parlamentar defendia seu Projeto de Lei que institui a Caminhada Azul em alusão ao TEA (Transtorno do Espectro Autista) que visa levar conhecimento à população sobre o tema, a fim de diminuir o preconceito.
“Esse projeto vai trazer conhecimento e tirar muitos da ignorância”, acredita o vereador. “Tivemos uma triste pronúncia do presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva falando das pessoas com deficiência no geral. Tivemos também o governador Tarcísio que falou algumas besteiras. Precisamos sempre abordar sobre o assunto para que esses líderes políticos tenham conhecimento sobre a causa e não falem besteiras”, completou Allan Miranda.
O parlamentar frisou que ambos os políticos se retrataram sobre as declarações infelizes, mas reforçou que é preciso trazer conhecimento e conscientização sobre o tema. Com a proposta de Allan Miranda aprovada na Câmara, resta ao prefeito Rubens Furlan (PSB) sancionar para se tornar lei em Barueri.
Lula: “problemas de desequilíbrio de parafuso”
A declaração de Lula sobre o tema ocorreu durante reunião com integrantes dos Três Poderes para tratar o aumento de casos de violência nas escolas na terça-feira, 18 de abril. Na ocasião, o petista usou um termo pejorativo associando deficientes intelectuais diretamente aos casos de violência que ocorreram nas escolas no país.
“Temos quase 30 milhões de pessoas com problema de desequilíbrio de parafuso, pode uma hora acontecer uma desgraça”, disse Lula na ocasião ao citar dados da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Dias depois, após muita pressão encabeçada por associações, psiquiatras, especialistas e pais, o petista usou as redes sociais para pedir desculpas por sua fala. “Não devemos relacionar qualquer tipo de violência a pessoas com deficiência ou pessoas que tenham questões de saúde mental”, alegou.
Tarcísio: “Autismo pode deixar de existir”
Já a gafe do governador Tarcísio de Freitas ocorreu em fevereiro quando declarou que o Transtorno do Espectro Autista poderia “mudar de gravidade ou até mesmo deixar de existir” caso fosse diagnosticado precocemente.
No entanto, o governador assumiu o erro e fez uma retratação nas redes sociais. “Erramos. É importante esclarecer que o entendimento do Governo de São Paulo é que o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista é permanente e, portanto, os direitos serão definitivos. Falhamos ao deixar passar uma redação que não deixasse clara essa postura”, escreveu em suas redes sociais.
