Com Kirsten Dunst, Wagner Moura e Cailee Spaeny no elenco, superprodução estreia em todo o Brasil em 18 de abril
Da Redação
Em “Guerra Civil” (Civil War), o que não faltam são batalhas e cenas de ação de tirar o fôlego. O longa mostra os Estados Unidos divididos por um enorme conflito. Para transmitir a tensão do roteiro, assinado pelo diretor Alex Garland, a equipe técnica buscou imprimir o maior realismo possível em toda a produção.
Um exemplo disso está nos diversos armamentos usados nas filmagens. Ao contrário de muitas produções da atualidade, que apenas acrescentam o som dos tiros na pós-produção, as armas de “Guerra Civil” tinham balas de festim, com som extremamente alto. Kirsten Dunst, que interpreta a fotojornalista Lee, afirma que teve que usar protetores de ouvido em algumas cenas para abafar o efeito. “Mas o corpo reage naturalmente – você ouve um tiro e quer pular”, diz a atriz. “Especialmente quando estávamos em lugares fechados, fazia ainda mais barulho. Lembro-me de estar no trailer de cabelo e maquiagem, que era longe do set, e o local inteiro tremeu com uma explosão que eles estavam filmando”, lembra.
Uma sequência eletrizante mostra uma batalha em Washington, capital dos Estados Unidos, que foi reproduzida do zero na cidade de Atlanta. De acordo com a designer de produção Caty Maxey, era mais seguro erguer o quarteirão inteiro para a cena. “Construímos edifícios de mais de 100 metros de comprimento nos dois lados da rua em três semanas e meia”, conta. Esta cena é talvez onde a ação parece mais envolvente, com cada momento coreografado para ser o mais autêntico possível.
Para que as cenas de batalha fossem próximas da realidade, Alex Garland contou com o trabalho do conselheiro militar e ex-membro da marinha norte-americana Ray Mendoza. “Quando a guerra acontece em uma cidade, os militares podem atacar por solo, ar e também dos telhados”, explica Mendoza. “Eu trabalhei para dar ao filme todas essas camadas, pois quando você está em uma zona de combate tudo é muito 360º”.
Como resultado, Mendoza, junto aos coordenadores de dublês do filme, Jeff Dashenaw e Wesley Scott, criaram um campo de batalha envolvente que traz “uma sensação ‘esférica’, como se estivéssemos cercados pelo caos”, finaliza o conselheiro. Já Daneshaw lembra que na principal sequência de combate foram usados cerca de 50 dublês. “Além disso, tínhamos carros, tanques, tudo isso passando no meio dos dublês em meio a explosões e tiros.”
Nas filmagens, Alex Garland também usou um equipamento especial que dá ao espectador a sensação de estar no meio da cena. Trata-se da câmera DJI Ronin 4D, que se comporta de maneira diferente. “Ela faz algo incrivelmente útil, pois se autoestabiliza de uma forma controlada – de suave como seda a câmera trêmula vérité”, explica. “Para mim, isso é revolucionário. Não é adequada para todos os filmes, mas é incrivelmente adequada para alguns. Como precisávamos filmar rapidamente e movê-la rapidamente, queríamos algo verdadeiro no comportamento da câmera, que não estilizasse demais as imagens de guerra.”
A montagem das cenas de batalha eram feitas por Garland e sua equipe como se fossem jogos de futebol. “Tínhamos um mapa da área esboçado e desenhávamos setas e pequenos cones sobre o local onde a câmera deveria estar posicionada”, diz o diretor. “Era possível montar uma coreografia bastante sofisticada: um tanque se movia, enquanto um Humvee avançava rapidamente em direção aos outros Humvees, e à medida que o veículo passava, alguns soldados desciam. Nós apenas executávamos aquela coreografia de novo e de novo e de novo”, explica Garland.
Estrelado por Kirsten Dunst, Wagner Moura e Cailee Spaeny, “Guerra Civil” chega aos cinemas brasileiros em 18 de abril.