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Prefeitura de SP firma parceria por vacina contra vício em crack e cocaína

Acordo foi firmado com o responsável pela pesquisa sobre o imunizante Calixcoca, em fase de estudos, e recebe apoio para futura aplicação em humanos

Da Redação

Como forma de tratamento da dependência em crack e cocaína, a prefeitura de São Paulo firmou parceria com os pesquisadores que desenvolveram a vacina Calixcoca, idealizada para produzir anticorpos anticocaína no organismo.

O apoio da administração municipal para produção do novo imunizante foi disponibilizado após reunião na sede da prefeitura, realizada na manhã desta quinta-feira (1º), entre o professor e pesquisador da UFMG, Frederico Garcia, responsável pela pesquisa da vacina que combate à dependência ao crack e à cocaína, e a equipe da prefeitura.

A vacina, desenvolvida na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), já se mostrou capaz de bloquear o efeito das substâncias ativas das drogas na fase pré-clínica de testes com ratos, e com recursos do município de São Paulo poderá ampliar sua aplicação para humanos. Nos testes realizados, os anticorpos produzidos pela Calixcoca criaram, a partir de uma molécula sintética, uma barreira que impediu que a cocaína fosse levada pelo sangue para o sistema nervoso central e o cérebro, interrompendo o mecanismo que provoca a compulsão pela droga.

“O prefeito Ricardo Nunes determinou apoio irrestrito, tanto técnico como financeiro, para viabilizar e acelerar as próximas fases da vacina, que poderão custar, inicialmente, R$ 4 milhões”, explica o chefe de gabinete da capital paulista Vitor Sampaio.

Na próxima etapa das pesquisas, será avaliada, conforme o progresso dos estudos, a aplicação do imunizante em grupos elegíveis, incluindo os dependentes químicos em fase de recuperação. A vacina, indicada ao prêmio Euro, que reconhece a inovação de profissionais latino-americanos em medicina, também poderá ajudar no tratamento da dependência em outras drogas.

Se bem-sucedida, poderá ser determinante para o tratamento efetivo de dependentes de crack e cocaína que, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), respondem por 11% da dependência química no Brasil. “Será, entre outros avanços científicos, um movimento para recuperação psicossocial e reintegração de dependentes químicos à sociedade”, diz o secretário municipal de Saúde Luiz Carlos Zamarco.

Fonte: Prefeitura de São Paulo

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