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Na “modinha”, cigarro eletrônico pode prejudicar desenvolvimento cerebral

Um em cada cinco jovens no Brasil já experimentou o chamado “vape”. Médico especialista alerta para os males do produto, que causa dependência, inflamação nos pulmões e outros males

Da Redação

Nesse dia 31 de maio, celebramos o chamado “Dia Mundial Sem Tabaco”. O foco da data é conscientizar a população sobre os riscos à saúde relacionados ao consumo do produto. No entanto, apesar dos esforços em minar esse consumo no decorrer dos anos, seja por meio de campanhas de conscientização ou de ações proibitivas, uma nova forma de manter o vício foi criada pela indústria tabagista para impedir a defasagem de seus lucros: o cigarro eletrônico, o chamado “vape”.

Indústria tabagista foca na renovação de seu público

O produto já caiu no gosto dos mais jovens, público-alvo da indústria tabagista, que encontra uma forma de renovação de seu público. Só no Brasil, cerca de 19,7% de jovens entre 18 e 24 anos já experimentaram o cigarro eletrônico, segundo pesquisa realizada por docente da Unesp. Ou seja, esse dado corresponde que um em cada cinco jovens já experimentou o vape.

Contudo, se engana quem pensa que o vape não é nocivo à saúde. O médico William Nassib William Junior, coordenador do Comitê de Tumores Torácicos da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, explica que o cigarro eletrônico gera dependência, pode provocar inflamação nos pulmões (inclusive fatal) e não é seguro para adultos jovens ou mulheres grávidas.

“Uma vez que a nicotina dos cigarros eletrônicos pode prejudicar o desenvolvimento do cérebro em pessoas com menos de 20 anos de idade. Jovens que usam cigarro eletrônico têm maior chance de passarem a usar cigarro tradicional frequentemente” (Doutor William Nassib William Junior)

Risco de câncer

No que se refere à causa de possível câncer causado pelo vape, o especialista informa que ainda não foi estabelecida relação direta entre uso de cigarro eletrônico e a doença, por isso que, embora ambos sejam nocivos, o risco de câncer com o cigarro tradicional está mais bem estabelecido do que com o cigarro eletrônico.

“Aparentemente a quantidade de substâncias cancerígenas é menor [no vape] do que em um cigarro tradicional, mas isso não torna o cigarro eletrônico seguro”, alerta.

Outros males

Pelo fato de o cigarro eletrônico ser recente, seu potencial para causar mal à saúde ainda não é muito bem conhecido. O especialista comenta que a novidade pode ser uma porta de entrada para uso de cigarro tradicional, além de causar dependência, atraso do desenvolvimento cerebral, inflamação nos pulmões e possivelmente outros problemas ainda não bem caracterizados.

“Se você não fuma, não comece a usar o vape. E se você fuma ou usa vape, procure um profissional de saúde para ajudá-lo a interromper esses hábitos nocivos”, aconselha o doutor William Nassib William Junior

No Brasil

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a comercialização, importação e propaganda de todos os tipos de dispositivos eletrônicos para fumar são proibidas em território nacional.

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