Vereadores de Osasco criticaram servidores municipais que usam cargos para assumirem autoria de obras na cidade
Da Redação
A sessão ordinária da Câmara Municipal de Osasco nesta quinta-feira (11) ficou marcada pela ofensiva dos vereadores contra servidores da prefeitura que têm usado seus cargos na administração para assumirem autoria de obras reivindicadas pelos parlamentares. As reclamações uniram oposição e situação na Casa.
O assunto veio à tona já no final da sessão. Oposição ao governo, Juliana da Ativoz (PSOL) citou a reforma no borboletário, do Jardim Piratininga, para onde encaminhou emenda parlamentar a qual os vereadores têm direito no Orçamento Municipal, e lamentou que um servidor da prefeitura tenha reivindicado a obra para si.
“Recebi uma mensagem e fiquei bastante chateada. Fiz uma indicação e encaminhei minha emenda [parlamentar] para o borboletário. Encarei meu medo de borboleta, acompanhei a visita técnica para ampliação e reforma do borboletário e apareceu nas redes sociais que não sei quem que tinha feito a indicação. Quero reivindicar essa indicação, porque foi uma indicação nossa”, disse ela. A postagem a que Juliana se refere foi feita pelo Cantor Goleiro, servidor lotado na secretaria de Meio Ambiente.
Pelé da Cândida (MDB) também criticou a atuação dos servidores municipais. “Papagaio fala e periquito quer levar a fama. Temos que tomar providências. Não podemos nos calar. É muito triste ver seu trabalho sendo jogado ladeira abaixo por pessoas que estão na secretaria para servir o povo, mas que só querem servir a si próprio, chegando à vereança dando rasteira nos outros. Tomem vergonha na cara. Ganhem a eleição na raça”, disparou.
“Trabalhamos 24 horas para aprovar projetos que vão trazer melhorias para a cidade e a gente sabe o quanto é difícil. Depois que o filho está pronto, tudo mundo que ser o pai. Na hora de construir o trabalho, de fazer acontecer, ninguém vai”, completou Emerson Osasco (Rede).
Vice-presidente da Câmara, Ribamar Silva (PSD) classificou estes servidores de “aventureiros”. “Estamos ajudando o prefeito Rogério Lins a fazer essa cidade avançar. O prefeito está em Nova Iorque representando Osasco porque a cidade está crescendo com a ajuda da Câmara Municipal. São dois poderes distintos, mas que quando andam juntos, dão resultado pra cidade. Agora não dá pra admitir os vereadores fazerem a indicação e os aventureiros que estão aí usarem o nome do prefeito Rogério Lins e do deputado Gerson Pessoa em cima do que essa Casa aprova. Quem tem legitimidade para falar que fez é essa Casa. Não dá mais para calar”, reclamou Ribamar Silva.
Elsa Oliveira (Podemos) relatou os mesmos problemas com assessores municipais. Ela afirmou ter solicitado poda de árvores no Condomínio Guarujá, no Jardim Conceição, mas foi surpreendida por uma assessora da prefeitura que afirmou aos moradores ser a responsável pelo serviço.
“Quantos vereadores tem nessa cidade? 21! Ou deve ter outra Câmara na cidade, porque está cheio de vereador por aí, um monte de gente querendo ser vereador, mas para ser vereador, precisa ser votado, precisa trabalhar bastante. Não poderia deixar de vir aqui. Estou no limite. Ontem fiquei p… da vida”, lamentou.
Presidente da Câmara, Carmônio Bastos (Podemos) sugeriu que os vereadores façam uma reunião com o prefeito para relatar o problema.
“Esse é um tema que devemos discutir com o prefeito, porque tem colaborador e colaborador. Tem aquele que faz o trabalho e não aparece, mas tem alguns que postam. Também teve um caso com a mesma pessoa do borboletário lá no Piratininga. Quando o caminhão da Secretaria de Obras encostou ele ligou no 156 e postou. Só que ele esquece que o sistema registra o horário que foi feita a solicitação. Eu já tinha feito a solicitação ao prefeito dias antes. Temos que conversar com o prefeito e os secretários. Hoje o mais gritante é o caso do borboletário. Vamos marcar essa reunião e que todos passem essa indignação na frente do prefeito”, finalizou Carmônio.
